#DiaDoLeitor: Minha história com a literatura


Saluton!

2019 começou e, pra abrir o ano com posts legais aqui no blog, vamos comemorar o Dia do Leitor (7/1)! Nesse início de ano, decidi contar pra vocês um pouco sobre a minha história com a literatura e mostrar pra vocês como isso mudou a minha vida. Vamos lá?

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Eu adoraria começar esse post dizendo pra vocês que eu sempre li, que a literatura sempre foi uma coisa presente na minha vida. Não. Nunca foi. Dentro da minha família eu nunca tive incentivo, devido a falta de leitores; minha escola, por incrível que pareça, nunca me "obrigou" a ler um livro, por qualquer motivo que seja (trabalho, prova, nada), nem um clássico; amigos leitores? Nunca tive. O primeiro livro que eu li na minha vida se chama Tempest e foi escrito por uma autora chamada Julie Cross. Eu moro no que hoje é uma favela no Rio de Janeiro, Belford Roxo, e aqui na minha cidade não tem biblioteca, não tem livraria, não tem nenhum tipo de incentivo à cultura ou a literatura. Literalmente abandonados pelo governo. Se eu quiser ir numa livraria, eu preciso pegar 3 conduções que vão levar, no mínimo, duas horas e meia pra chegar na mais próxima.

Desde pequeno eu enxergava os livros como objetos mágicos. Quem lia, automaticamente era visto como inteligente, culta, séria. O fato de a única leitora na minha família morar longe e ser "endeusada" pelos outros familiares só reforçava esse ponto. Ler nunca foi uma obrigação na minha vida por que nunca existiu, então pra mim tanto fazia. Minha """ignorância""" quanto à literatura era tão grande, que, quando mais novo, eu já era fã dos filmes de Harry Potter, mas não fazia ideia de que tinham livros. Lembro perfeitamente de um dia ver minha prima Taty lendo Harry Potter e a Ordem da Fênix quando só tinham os quatro primeiros filmes. Cheguei na escola me exibindo, revelando pra todo mundo que eu sabia o nome do próximo filme do Harry Potter!!! Não preciso nem dizer que todos ficaram chocados, quando, no ano seguinte, minha profecia se realizou, né? Pois é. Esse é o nível da falta de literatura na vida das pessoas que me rodeavam.

Apesar da falta de incentivo em casa e na escola, todos os anos meu colégio organizava uma excursão à Bienal do Livro do Rio de Janeiro que, atualmente, é a maior feira de literatura da América Latina. A ideia de sair sem minha família pra ir pra um "lugar de pessoas inteligentes" fazia os olhos do Álex de 12 anos brilhar de emoção, então eu sempre ia. Eu fazia questão de sempre comprar um livro com o dinheirinho que minha mãe me dava, só pra dizer que comprei alguma coisa. Eu não sabia absolutamente nada sobre os livros; via que dava pra comprar, achava a capa bonita, ia no caixa, pagava e saía feliz da vida com um livro de gente inteligente na mão. Depois da Bienal, eu passava meeeses andando com esse livrinho debaixo do braço na escola, mesmo sem ter lido uma palavra, pra mostrar pros outros que eu era inteligente e culto, por que eu lia.

Foi na Bienal de 2013 que tudo mudou. Primeiro ano do Ensino Médio, a vida virada de cabeça pra baixo, divórcio dos meus pais, primeira paixãozinha adolescente mais intensa. O Álex de 14 anos queria mostrar pro mundo que ele já era grande, dono de si e capaz de encarar o mundo de peito aberto... coitado. jkjkk

  

Estar nos meios dos livros, apesar de me fazer sentir inteligente, me dava raiva, me estressava. Quem já foi no RioCentro sabe como aquele lugar é um inferno! Milhares de pessoas grudadas, aquele toldo fritando a gente lá dentro, o condicionador de ar que não dá vazão! AAA! Eu já entrava na Feira pedindo pra sair. Até que eu passei na frente de um estande do Grupo Editorial Pensamento, que tinha um poster que ia do teto do pavilhão até o chão. Era esverdeado, com um cara e uma mulher caindo do céu, no meio de uma tempestade. Os olhos daquele moleque de 14 anos, que via Harry Potter escondido pra não apanhar, fã de fantasia, se encheram. Meu Deus do céu, como eu fiquei louco por aquilo. Fui direto no estande, sem nem pensar duas vezes, e paguei R$40 no livro. 400 páginas, uma capa linda, o aviso de que ia ter filme. CARA! COMO EU ERA INTELIGENTE!

Óbvio que passei o restante do dia sem comer nem beber nada, né? Só pegando um tasquinho aqui e ali do lanche dos meus amigos (inclusive: Paula, Thiago, Miguel e Mathias, sei que vocês não estão lendo isso, mas amo vocês. Obrigado por sempre me alimentarem).


Como já disse, tudo naquele livro era lindo, perfeito e maravilhoso, então comecei a lê-lo logo no ônibus. Cheguei em casa, mostrei o livro mega animado pra minha mãe, que respondeu com um extremamente desanimador "Legal, filhote!". Minha mãe pode não ter se animado tanto, mas pelo menos eu agora era inteligente. Uhu. Levei mais de um mês pra ler o bendito livro (já o reli depois de grande. Li em dois dias) e foi ali que fui fisgado. Pela primeira vez na minha vida eu pude ler um livro e fiquei completamente assustado como é tipo um filme que se passa na nossa mente! Lembro de sair pesquisando várias coisas sobre o livro, trilha sonora, fanart, coisas sobre o filme. Dali a dois dias eu fiz o meu primeiro fanclub que não era pra Feiticeiros de Waverly Place: o Tempest Readers (não adianta procurar, eu infelizmente apaguei não muito tempo depois T_T).

Nesse momento eu já tava completamente apaixonado por esse universo literário. Descobri, inclusive, que a Avon (revista de cosméticos) não vendia só o 015, que era meu perfume favorito na época, mas também vendia livros!!! Meu Deus, esse é meu momento de ter muitos livros e ficar muito inteligente! Comprei os três primeiros livros de Hush, Hush e o A Maldição do Tigre na Avon; fiquei sem comer na escola pra poder juntar dinheiro e comprei mais dois livros que mudariam minha vida pra sempre: Jogos Vorazes e Em Chamas; fiquei ainda mais viciado quando descobri que também existiam livros de mistério, quando comprei dois livros do Harlan Coben por R$20 nas Lojas Americanas. Vendo como eu me apeguei a tudo isso, no natal do mesmo ano, ganhei dois livros do James Patterson e os dois volumes seguintes da Saga dos Tigres do meu pai e da minha mãe (tenho todos esses livros até hoje e os guardo com muito carinho, inclusive). Enfim, um novo hobby tinha começado. Eu não percebi, mas o Álex que eu era antes disso ficou pra trás e nasceu o que eu sou hoje.

Depois disso comecei a acompanhar minhas sagas favoritas no cinema. Na época, Jogos Vorazes já tinha seu primeiro filme, então, do filme 2 em diante, pude ver todos na estreia, com meu primo Ud e o sempre-presente Mathias. Esses filmes me levaram a outros filmes, com outros livros, com outros fã-clubes. Nárnia, Jogos Vorazes, Divergente, A culpa é das estrelas, Harry Potter, Senhor dos anéis. Essa fase do Ensino Médio (dos 13 aos 15 anos) foi, com certeza, a mais importante da minha vida, que mais formou meu caráter. Me aproximei das pessoas das quais me aproximei no colégio por causa de livros. Só puxava assunto com quem tinha um cordão do tordo ou o símbolo das relíquias da morte no pescoço.

2014. Nove blogs criados e excluídos. 2014. umbookaholic.blogspot.com! ✨

Em maio de 2014 eu criei esse blogzinho aqui, caro leitor. Em 2014 eu tomei a melhor decisão da minha vida, que me apresentou às coisas e pessoas mais incríveis do universo. O primeiro post? Resenha de Tempest, claro.

Por conta do Um Bookaholic, conheci 3 booktubers: Leoney, Kelly e Salim, que eram da cidade vizinha e também tinham canal sobre livros! Marcamos de nos encontrar num evento que aconteceria dali a pouco, o LiteraCaxias, que é um evento organizado por leitores pra leitores. Lá, conheci várias pessoas que são minhas melhores amigas até hoje e são muito importantes na minha vida. Juntos, nós 4 montamos o Clube de Leitura de Duque de Caxias, que tem o apoio da Prefeitura e já está indo pro seu quarto ano de vida, com encontros mensais para discussão de livros e temas importantes. Além dos 3, óbvio que fiz diveeersos amigos por conta do booktube, tanto booktubers quanto inscritos. De todos, agradeço muito a entrada do Leo na minha vida, que tenho certeza que não faz ideia do quanto mudou minha vida.

Em suma: os lugares que eu visito, meus hobbies, minha forma de ver o mundo, meus amigos, minha rotina. Tudo isso influenciado pela literatura. Costumo dizer que existe um Álex pré/pós literatura e, caras, isso não é exagero. Eu mal tinha amigos, quando mais novo, e vivia numa bolha que só estourou depois que eu comecei a ler. Eu não consigo ficar sem ler ou falar de livros, por que isso já faz parte de mim. A paixão pela literatura corre pelas minhas veias e eu sou muito grato por isso.


UFA! Falei demais, né? Apesar de tudo isso, ainda tem pontos que preferi não contar pra vocês aqui, mas, caso queiram, posso contar em vídeo ou em um outro post! Aproveitem os comentários aqui embaixo e dissertem sobre minha história com os livros e, CLARO, me conte a sua!


Feliz dia do leitor pra todos nós!

E aí? Curtiu?
Deixe seu comentário e vamos conversar! \o/
Alec Costa

Sou viciado em cafeína, ouço cem vezes as mesmas músicas, sempre deixo queimar o pão de queijo e jogo a colher no lixo, ao invés do pote de iogurte. Ah, e sou sempre o primeiro a derramar refrigerante nas festas. twitter instagram youtube email spotify

3 Comentários

  1. Oi, Álex! Tudo bem?
    Adorei conhecer um pouquinho da sua relação com a literatura! A minha começou durante o meu ensino fundamental, bem na época em que Crepúsculo começava a virar modinha (o livro, mais de um ano antes do lançamento do filme) enfim, lembro que eu tinha a errada percepção que só existiam livros didáticos e gigantes! Quando eu descobri que livros podiam entreter (além daqueles que lemos durante a infância) vi um mundo repleto de possibilidades se desdobrar ali na minha frente!
    Sou muito grata a amigas que no colégio já eram leitoras vorazes antes de mim e me incentivavam e me ajudaram a nutrir essa paixão pois na época eu lia muito rápido e não tinha dinheiro para manter meu hábito constante de leitura e as amigas sempre estavam ali para emprestar seus livros e depois eu conheci bibliotecas com acervos incríveis!
    Enfim, eu gostaria que o hábito de ler fosse incentivado assim como a paixão por futebol é no nosso país, acho que tudo melhoraria! Mas enquanto isso não acontece, sigo com o meu blog relatando um pouco do que eu leio e fazendo a minha parte, mesmo que pequena, para propagar a minha paixão por livros.

    Abraços,
    Andy - Blog StarBooks

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  2. Que linda a sua história! O lado financeiro realmente pega na hora de comprar livros, mas eu sempre tive incentivo em casa, parabéns por suas conquistas!

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  3. Uau, obrigado por compartilhar sua história com os livros :D. É uma maravilha saber que estes pequenos blocos de papel que chamamos livros (e eu particulamente detentores do conhecimento e inimigos da ignorância) reverberam tanto na vida de pessoas, principalmente para o melhor ^^.

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