O ser humano na quarentena


Saluton!

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro que esse post é pessoal. Aqui no tem resenha, piada e nem todo o restante costumeiro aqui do blog. Esse post é o meio que eu encontrei de expor um sentimento que está entalado em mim e que está me fazendo mal. Sinta-se a vontade pra pular essa postagem e ir conferir os outros conteúdos aqui do UB! Se quiser uma dica, veja os posts e vídeos sobre A Roda do Tempo clicando aqui!


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Eu pensei bastante antes de fazer esse post. De alguma forma, sentar aqui, na sala da casa da minha mãe e começar a falar sobre isso me apavora; pôr pra fora essas perturbações internas causadas pelo isolamento social, era como, de alguma forma, assumir que eu tenho um problema sobre o qual eu -- e nem ninguém na face do planeta Terra -- tem controle. Isso é simplesmente desesperador e eu não sei lidar com isso.

Se você caiu aqui de para-quedas: Sou Álex, tenho 21 anos e sou livreiro. A livraria onde trabalho fica dentro de um shopping, que, em tempos de COVID-19, é um antro de contaminação. Antes da paralisação aqui no Rio de Janeiro, isso já preocupava bastante. A cada pessoa que entrava na loja eu ficava apavorado, com medo e, obviamente, com muito ódio (afinal de contas, um vírus tá se espalhando pelo ar, fazendo vítimas no mundo inteiro, e as pessoas não estão levando à sério). Acontece que no dia 17 de março, descobri que vou ter que ficar em casa até o dia 2 de abril. Desde então, cá estou na casa da minha mãe (ainda não comentei sobre a mudança aqui no blog, né? Um dia a gente conversa sobre isso), olhando para a porta desde então.

Eu estaria sendo ridículo e completamente mentiroso se dissesse que em momento algum eu gostei de ter que ficar em casa. Minha escala de trabalho é seis por sete (trabalho seis dias por semana) e eu precisava desse descanso. Mas estar em casa já está insuportável. Eu sinto medo o tempo inteiro, tédio o tempo inteiro e eu tenho certeza que vou ter adquirido uma gastrite ao fim dessa quarentena de tanto café que eu tô bebendo.

Talvez você, aí do outro lado, discorde completamente do que vou dizer agora, mas tudo o que eu preciso no momento e me alienar. Ter um presidente que acéfalo que suspense uma quarentena recomendada pela OMS, ter medo de ir no mercado, minha mãe mal me deixar abraçá-la: isso tá acabando comigo. Tenho assistido a vídeos de Minecraft, jogando Minecraft, conversado sobre Minecraft com a Luiza e reclamado no Twitter.

Acho que tenho sido tão afetado por esse isolamento justamente por que isso me lembra o que eu considero a pior época da minha vida. Por volta de 2016/2017, eu já tinha acabado o Ensino Médio e ainda não tinha conseguido um emprego. Passava o dia inteiro dentro de casa, olhando pras paredes, lendo ou gravando vídeos para o meu canal. A minha mãe e a minha irmã eram as duas únicas pessoas com quem eu tinha contato durante a semana inteira e eu via o Sol nascer e se pô através da mesma janela. Não é exagero quando eu dizia que viva preso dentro de casa. Mas, diferentemente de como está acontecendo hoje em dia, eu vivia assim por que, de certa forma, eu "queria" estar aqui, em casa. Hoje, eu preciso ficar aqui. Hoje, se eu passar da porta e não tomar cuidado, posso morrer ou matar alguém. Eu tô ficando completamente desesperado. O COVID-19 felizmente não levou ninguém que eu amo, mas já me levou meus maiores prazeres: trabalhar, estar com meus amigos, minha casinha com meu amigo no meio do mato, ver filmes e ler. Não consigo de jeito nenhum pegar o livro pra ler. A leitura simplesmente não flui. Tenho tido crises de ansiedade cada vez mais fortes, diante do pensamento de que não existe saída.

Eu gostaria de contar com o apoio de vocês aqui embaixo, nos comentários, me contando o que vocês estão fazendo nessa quarentena. Me indiquem filmes, playlists, livros e qualquer coisa que tem ajuda vocês nesse período sombrio que estamos vivendo.

Se quiserem, sintam-se a vontade, também, pra me chamar na DM do Twitter, do Instagram ou em qualquer outra mídia social.

A gente vai passar por tudo isso juntos. Mas separados.

Fiquem em casa e lavem as mãos.
Alec Costa

Sou viciado em cafeína, ouço cem vezes as mesmas músicas, sempre deixo queimar o pão de queijo e jogo a colher no lixo, ao invés do pote de iogurte. Ah, e sou sempre o primeiro a derramar refrigerante nas festas. twitter instagram youtube email spotify

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