A Jordan (e adjacências) de Lyra #01


Saluton!

Num dos últimos posts aqui do blog eu contei pra vocês que estava lendo A bússola de ouro e que viria, ao fim de cada parte do livro, compartilhar o que tô achando da leitura. Pois bem, cá estou eu! Se você não leu o post que dá toda a introdução pra esse projeto que eu decidi começar, clique aqui pra poder ir lá conferir! Os posts desse projeto vão conter spoilers até a parte que a gente vai discutir, então, só acompanhe caso já tenha lido (ou não se importe! 😝)


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  Esse post contém spoiler da primeira parte de A Bússola de Ouro.
Não sei nem por onde começar esse post. Que jornada, meus amigos. Que jornada.

Quando eu peguei esse livro pra ler, o que mais me chamou atenção foram os dæmons; um pedaço da sua alma que vive fora do seu corpo! O quão legal não deve ser isso? Acredito que essa seja a primeira impressão que Fronteiras do Universo causa em boa parte da população. Essa premissa é ótima, de verdade, mas, cara, bichinhos falantes......não esperava encontrar o tipo de debate que encontrei.

Pra eu não me perder no meio dos meus pensamentos, vou deixar meus comentários meio que em ordem cronológica dos acontecimentos, assim todo mundo fica feliz e eu não esqueço de comentar nada! \o/

A história começa nos apresentando à Lyra, uma garotinha de treze anos cujo dæmon se chama Pantalaimon. Já deixo aqui uma questão que eu adoraria que fosse respondida mais pra frente: de onde vêm os nomes? Assisti ao piloto da série e pude ver que o próprio tio Asriel já o tinha chamado pelo nome quando a Lyra era só um bebezinho - o que significa que não foi ela quem o batizou. Gostei da Lyra logo de cara, mas Minha Nossa Senhora do Bom Parto, que garota chata! Entendo as motivações da bichinha, mas às vezes ela me irrita demais (ainda mais na série de TV!). Ainda bem que ela tem o Pan pra server de consciência, por que falta muito juízo na cabeça dessa menina.

Dafne Keen, atriz que interpreta a Lyra em His Dark Materials.

O pontapé inicial se dá quando ela, de certa forma, presencia uma reunião do seu (até então) tio Asriel com outros catedráticos na universidade Jordan. Dentre muitas outras coisas, o Asriel vai mostrar que conseguiu ver uma cidade na Aurora Boreal. Usando uma lente específica em sua câmera, ele conseguiu detectar o Pó (com P maiúsculo, mesmo). O que é esse pó e o que ele é capaz de fazer eu ainda não sei; é uma das coisas pras quais eu tô mais animado! Eu gostei demais dessa cena, por que a gente é capaz de ver uma criança de 13 anos no meio de um bando de homi velho discutindo coisas muito importantes. Ela, por ser muito nova e não entender muito do que tá acontecendo, é quem mais se assemelha à nós, leitores, dentro da trama; as dúvidas da Lyra são as nossas dúvidas, o que torna tudo mais legal! O Pullman escreve tão bem, que você, mesmo entendendo bulhufas, consegue entender a seriedade daquela cena. Bão demais! Até onde a gente leu, ainda não tivemos muitas explicações, mas quero muito saber o que é uma criança completa.

Não muito depois, Lyra, numa de suas brincadeiras, acaba chegando aos túmulos de antigos catedráticos da universidade. Eu achei toda essa cena meio assustadora, com crânios e esqueletos inteiros espalhados por ali. Mais uma vez essa garota se prova uma esquisita, não ficando com medo de nada. Lyra: 1, Alex: -3.

Ao voltar pro seu quarto, à noite, ela é meio que acordada por fantasmas sem cabeça (?). Conversando com o Lucas, do Luago nos livros, a gente chegou à conclusão de que aquilo não aconteceu de verdade. Além de só ter sido mencionada mais uma vez até o final dessa parte, o Pantalaimon, que dorme com ela, afirma não ter visto nada - mesmo com ela dizendo que ele a defendeu.

Na cama, em seu quartinho apertado no topo da Escadaria Doze, ela foi visitada por uma assombração e acordou por causa das três figuras de túnica de pé ao lado da cama apontando dedos ossudos antes de puxar os capuzes para trás e mostrar os tocos sangrentos onde deveria estar a cabeça. Só quando Pantalaimon transformou-se em um leão e rugiu foi que eles recuaram, fundindo-se à parede de matéria sólida até que só restaram de fora os braços, depois as mãos secas e cinzentas, depois os dedos espasmódicos, depois nada. (Pg. 50-51)

Fica aqui mais uma pergunta: ela realmente viu ou é só mais uma das mentiras de Lyra?

Quando crianças começam a desaparecer, Roger, o melhor amigo da protagonista, desaparece também; os culpados são os Papões (dependendo da edição que você escolher pra ler, vai estar Gobblers). Eu amei a nova tradução, por que remete muito ao nosso bicho papão! Achei massa d+. O objetivo deles ainda é desconhecido; a única coisa que a gente sabe com certeza é que, na verdade, eles se chamam de Conselho de Oblação e a Sra. Coulter é a líder deles.

Quando o Reitor entregou o aletiômetro nas mãos da Lyra, eu fiquei 100% desconfiado, mas depois do Encontro, eu cheguei meus pezinhos um pouco mais pra frente. Uma pergunta que a própria Lyra se faz e que é bastante válida, é à quem ela deve obediência? Ela ama seu tio e o Reitor tentou envenená-lo; seu tio a deixou pra trás; a senhora Coulter é legal; o Reitor agora parecer querer ajudá-la. Eu tô adorando o fato d'eu não poder confiar em ninguém. Isso é muito bom, sério!!!

A partir do momento em que elas chegam em Londres, a história dá uma guinada muito boa! Eu fiquei com a sensação de que todos os capítulos anteriores foram a preparação do terro; o autor tava construindo uma base pra história dele poder acontecer. Desde a Lyra até a descrição dos lugares e dos personagens melhoram demais, depois que ela sai de Oxford.

Uma das coisas mais legais foi a virada da sra. Coulter. Desde que Lyra a viu ela primeira vez, ela ficou completamente apaixonada por ela. O fato d'ela ser uma exploradora e já ter ido ao Norte encheram os olhos da criança. Ver a imagem que ela tinha da Coulter ruir foi muito interessante; o ponto alto foi no momento em que o macaco dourado (cujo nome ainda não foi revelado... 🤔) pulou em cima do Pan e tentou enforcá-lo. Eu fiquei muito assustado quando a Lyra sentiu as mesmas dores.

Ao longo dessa primeira parte inteira a gente vai vendo como a relação dæmon-humano é sagrada. Fiquei completamente sem chão quando o Tony matou o cara que tava com a tarrafa. Não pela morte do homem em si (quem liga? rs), mas sim pelo fato d'o dæmon virar fumaça. Ou seja, quando o humano morre, o dæmon morre junto. Eu achei isso lindo e triste ao mesmo tempo. Isso prova que os dæmons são, literalmente, um pedaço da gente. Durante o Encontro a Lyra vê o dæmon (uma gata gigantesca, com pelos em diversos tons de dourado) do Farder Coram e fica encantada com a beleza dela, mas se recusa a tocar nela. Imagina, você tocar a alma de alguém!!!

Ela mal conseguia tirar os olhos do daemon de Farder Coram, que era o mais bonito que ela já vira. Quando Pantalaimon era gato, ele era magro, maltratado e bravo, mas Sophonax, que era o nome dele, tinha olhos dourados e era indescritivelmente elegante, duas vezes maior do que um gato de verdade e com uma pelagem maravilhosa. Quando a luz do sol o tocava, iluminava mais tons de castanho-marrom-bege-areia-dourado do que Lyra conseguiria distinguir. Sua vontade de tocar naquela pele, esfregar o rosto nela, era enorme, mas naturalmente nunca fez isso, pois a maior grosseria imaginável era tocar no daemon de outra pessoa. Os daemons podiam tocar uns nos outros, naturalmente, ou brigar; mas a proibição contra o contato gente-daemon era tão séria que nem mesmo na batalha um guerreiro tocava no daemon do inimigo. Era terminantemente proibido. Lyra não se lembrava de ter ouvido isso de alguém, mas sabia instintivamente, como sabia que náusea era ruim, e o conforto era bom. Assim, embora admirasse a pelagem de Sophonax e até mesmo especulasse como ele seria, nunca fez a menor menção de tocá-lo, e nunca faria. (Pg. 130)

Tá. Agora vamos falar sobre aqueles espíritos. Mano, cOMO ASSIM?! Eu tenho certeza de que isso vai se tornar um problema mais pra frente! Imagina só: um inseto minúsculo que se você matar, ele mata você; se você não matar, ele mata você. Ótimo, ótimo.

Ah, Farder Coram, não é por nada, não, mas que ideia de jerico essa a sua, hein? Puta merda...

Eu adorei toda a coisa em volta dos gípcios! Confesso que eu não tinha entendido muito bem o que eles eram, mas assistir ao primeiro episódio da série me ajudou muito quanto a isso. Eles são um povo meio que renegado na sociedade em que eles vivem. Em vários momentos eles citam o descaso que eles sofrem.

Quando um Encontro era marcado, quando havia uma convocação de gípcios, tantos barcos enchiam os cursos d’água que uma pessoa podia caminhar mais de um quilômetro em qualquer direção passando de um barco a outro — era o que se dizia. Os gípcios mandavam nos Pântanos; ninguém mais ousava entrar lá, e, como os gípcios mantinham a paz e comerciavam com honestidade, as autoridades terrestres faziam vista grossa ao contrabando incessante e às disputas ocasionais. Se o cadáver de um gípcio aparecia numa praia levado pela maré, ou vinha numa rede de pesca, bem, era só um gípcio. (pg. 104)

Eu adorei ver o Encontro, sério! Eu tô muito ansioso pra assistir isso na série, por que parece que vai ser lindo! Imagino tudo debaixo de pouca luz, com fogueiras aqui e ali e a galera junta, se divertindo. Eles são a resistência.

Outra coisa que tirou o meu chão, foi saber o passado da Lyra. Fiquei completamente chocado quando descobri que, na verdade, ela é filha do Asriel com a Coulter. Eu, pelo menos, não tinha sentido nenhum indício disso, já que nenhum dos personagens deu qualquer pista relacionada a isso. Confesso que esperava uma reação um pouco mais significativa por parte da Lyra, mas acho que ela precisa de um pouco mais de tempo pra absorver isso (assim como nós, leitores). Enfim, vou deixar pra comentar mais sobre isso no segundo post do nosso diário de leitura!



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No mais, é isso, gal! Tô gostando demais do livro e agora eu tô 100% imerso na história! Aguardo os comentários de vocês aqui embaixo, pra gente poder discutir! Sinta-se a vontade pra fazer mais de um comentário e responder os comentários de outras pessoas; bora transformar isso aqui num fórum! \o/

Até a próxima! \o/
Alec Costa

Sou viciado em cafeína, ouço cem vezes as mesmas músicas, sempre deixo queimar o pão de queijo e jogo a colher no lixo, ao invés do pote de iogurte. Ah, e sou sempre o primeiro a derramar refrigerante nas festas. twitter instagram youtube email spotify

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