Então... li a primeira parte de O Dono do Tempo


Saluton!

Depois de mais de dois anos esperando, finalmente O Dono do Tempo (ou parte dele) está entre nós! Minhas expectativas estavam muito lá em cima, por causa do final incrível de A Comissão Chapeleira (que já tem vídeo lá no canal, sabia? Clica aqui pra assistir)! Comecei essa leitura me corroendo por dentro, com medo pelos personagens favoritos! Hoje, então, vou tentar contar pra vocês o que achei da leitura. 😊


JÁ É INSCRITO NO CANAL? 
Se inscreve lá, por que ajuda pra caramba! :)



SINOPSE
Palavras têm poder. Elas podem reerguer uma pessoa ou atingi-la com a força de mil feitiços.

Em seu terceiro ano como bruxo, Hugo terá de aprender, de uma vez por todas, que sua varinha vermelha não é sua maior arma, nem a que mais machuca. Após um dos anos mais conturbados na história da comunidade bruxa brasileira, 1999 começa derrubando a porta com todos os cruéis efeitos do ano anterior, e enquanto um dos amigos de Hugo lida com as duras consequências do heroísmo de seus atos, outro precisará muito de sua ajuda. Alguém a quem Hugo feriu mais do que a todos, com suas palavras irrefletidas.

Movido pelo remorso e pelo profundo desejo de salvar alguém que tanto admira, Hugo terá de fazer uma perigosa jornada pelo interior da gigantesca floresta amazônica, numa corrida contra o tempo para consertar o inconsertável, porque, como diz a inscrição em tantos relógios antigos pelo mundo... Todas as horas ferem. A última mata.

"Uma história fascinante! A riqueza, a trama, o desfecho... Eu quase tive um ataque!" - Caco Cardassi, canal Caldeirão Furado.

"Hugo tem um potencial tão grande para se tornar uma pessoa boa, que nós comemoramos sempre que ele acerta e nos entristecemos toda vez que ele falha, tornando-o muito real para nós." - The Guardian.

"Um dos livros mais corajosos e importantes que já li. Se eu já tinha ‘A Arma Escarlate’ e ‘A Comissão Chapeleira’ como meus livros favoritos, eles ganharam um peso ainda maior com ‘O Dono do Tempo’. É uma saga que todos deveriam ter como livros de cabeceira."- David Ernando, “Paralelismo”.



  Esse post não contém spoiler! Pode ficar tranquilo! 😊
Gente do céu... Que jornada.

Depois de mais de dois anos esperando por esse livro, finalmente tive a oportunidade de lê-lo. Catei, rodei a Bienal do Livro inteira atrás dessa mulher [Renata Ventura] pra poder comprar meu exemplar autografado com ela e consegui, senhoras e senhores! Óia nóis aí, que lindos! 🥰


É até meio complicado começar esse post, por que são tantos sentimentos e tantas discussões que esse livro levanta, que eu fico meio desnorteado, mas vou tentar.

A história começa um pouco depois do final do primeiro livro, com Idá (agora, Hugo) e seu "tutor", o Sr. Ubiara, mestre varinheiro, nas Cataratas do Iguaçu, recolhendo matéria prima pra que eles pudessem fazer mais varinhas. Ali, nas primeiras 20 páginas, eu já fiquei emocionado com uma passagem em que o Ubiara pede licença à árvore pra poder tirar uns galhinhos dela. Apesar de simples e até meio boba, esse é um gostinho de todo o tom do livro. Questões ambientais e respeito ao meio ambiente vão ser dois dos pilares que vão sustentar essa parte da história.

Hugo Escarlate é, provavelmente, um dos personagens mais difíceis que eu já li. Agora, com 15 anos, ele segue sendo esse garoto impulsivo e explosivo, que às vezes machuca as pessoas sem motivo algum. Olhando em retrospecto (pensando nos três livros já lançados), a evolução do personagem é nítida, mas, minha Nossa Senhora do Korkovado, tem que ter muita paciência pra não querer voar nele. O que o Hugo precisa entender é que palavras machucam, sejam elas mágicas ou não. Entendo que ele teve (e ainda tem, de certa forma) uma vida muito difícil, mas acho que nada justifica as coisas que ele fala pra algumas pessoas; pro Atlas, principalmente.

Em O Dono do Tempo: Parte 1 a gente vai ser apresentado à toda uma nova gama de personagens, além de, claro, conhecermos mais uma escola de magia do Brasil. Assim como no primeiro conhecemos a Korkovado, no segundo, o Instituto Paraguaçu, agora nós vamos para o Norte conhecer a escola que, até então, é minha favorita: a Boiuna! Não vou detalhar como é o funcionamento dessa escola, por que essa foi uma das maiores (e melhores) surpresas do livro pra mim, então vou deixar que vocês se deliciem com essa sensação também! Mas, vem cá, vocês sabem o que é uma boiuna? Se liga:

Reprodução/internet.

Louco, né? Agora você que lute pra entender. 😅 (ou só leia o livro, mesmo! 😝)

A coisa que eu mais gostei no livro foi, sem sombra de dúvidas, a discussão sobre a valorização do que nós mesmos produzimos. Essa é uma pauta que é levantada em todos os livros (quase sempre pelo Viny), mas dessa vez o livro inteiro vai girar em torno disso: a gente não sabe a nossa própria história, mas sabe sobre os feudos do Egito antigo. Indo muito além disso, a Renata vai encher esse livro de indígena, dos mais variados tipos, com as mais variadas culturas. Vai fazer críticas severas a como os índios indígenas são vistos na sociedade atual.

Uma coisa simples, até, mas que chamou muita atenção, foi um apontamento que um dos alunos da Boiuna fez: vocês já repararam que nós só estudamos e ouvimos falar da cultura indígena nas aula de História? É como que se eles já não existissem mais; como se tivessem deixado de existir, ou deixado de serem indígenas, na época da colonização.

O ponto de vista dos indígenas dos brancos invasores (isso inclui a mim, a você e todas as pessoas que não lutam contra isso) é algo real e assustador. O tempo inteiro eu fiquei com meu coração na mão. O mais incrível (ou não, dependendo do ponto de vista kkk) é que o que mais mexeu comigo nesse livro, não foi a história do Hugo e as provações pelas quais ele ia passar, mas sim o passado dos indígenas. Ouvir que coisas simples (tal qual nosso idioma) é uma imposição e símbolo da perda de identidade desses povos, me atingiu com uma força imensa.

"As aulas não são em português?! Como assim, não?!"
"Seria injustiça, já que a metade dos estudantes é indígena."
"Injustiça?! Mas...., e a outra metade dos estudantes?!"
[...]
"Aqui é terra indígena, amigo. O branco veio depois. A gente aceita, trata com respeito, mas não vai mais deixar branco impor a língua deles na gente.

Eu gostei demais de toda a pauta indígena nesse livro, ainda mais com o nosso governo atual. É legal (e triste) ver esse outro lado da nossa história. E, por mais assustador que possa parecer, conhecer essa história agora, já que muito disso é tirado de nós.

"Sabe como muitas tribos chamam a língua portugues aqui na Amazônia?"
Hugo sorriu, "Como?"
"O branco."
"O branco?!"
"É, tipo, a língua do homem branco. Você fala o branco."

Vrau.

Esse terceiro volume, apesar de ter a mesma pegada dos anteriores, acredito que é ele que nos mostrou a real dimensão do universo da Renata. Os perigos estão se mostrando mais reais do que nunca e as discussões, mais profundas. Essa parte da história é a responsável por tirar o foco da narrativa dos problemas pessoais do Hugo, fazer com que ele se torne mais sensível e humano, e vá em busca de ajudar os outros e etc. Aqui o foco não é só a vida desse menino que veio da favela; a gente vai perceber, aqui, que o buraco é muito mais embaixo.

Quanto à magia: amei. Gostei demais de ver a relação dos alunos da Boiuna e dos moradores da região Norte com a magia. É lindo, é sincero.

Os personagens apresentados aqui são incríveis!!! Apesar de, dessa vez, ao meu ver, terem sido poucos, os que a gente vai conhecer são sensacionais; do Dakemon ao Pajé Morubixaba. Ah, preciso deixar uma coisa clara: Poetinha, você tem meu coração todinho.



No mais era isso! Espero que vocês tenham gostado e que se aventurem pelo universo Escarlate também! Eu volto muito em breve pra gente poder comentar a PARTE 2 de O Dono do Tempo, então não esquece de assinar a newsletter pra não perder! 😉



Compre na Amazon! 

Comprando através desse link, você ajuda o canal financeiramente sem pagar nada a mais por isso!

E aí? Já leu ou ficou com vontade?
Comente sua opinião! \o/
Alec Costa

Sou viciado em cafeína, ouço cem vezes as mesmas músicas, sempre deixo queimar o pão de queijo e jogo a colher no lixo, ao invés do pote de iogurte. Ah, e sou sempre o primeiro a derramar refrigerante nas festas. twitter instagram youtube email spotify

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem