Entrevista: Gary Whitta


Oi, pessoal, tudo bem? Hoje eu venho compartilhar uma coisa MUITO legal com vocês! Tive acesso a uma entrevista com o autor Gary Whitta, que vai ter seu livro Abominação publicado aqui no Brasil pela DarkSide Books!

Ele conta um pouco sobre a trajetória dele, fala sobre seus livros favoritos e ainda dá algumas dicas pra quem começar a se aventurar no mundo da escrita.

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Vamos lá?


Capa do livro Abominação, uma publicação da DarkSide Books.
1. Quem foi o jovem Gary quando adolescente? 
Eu era magricela, desajeitado, com cabelo ensebado e muita acne. Nunca fui bom em esportes, mas amava computadores, vídeo games, filmes, fantasia e ficção científica em todos os seus formatos. Basicamente seu nerd padrão!

2. Como você divide o mundo dos games e o mundo da literatura na sua cabeça? 
Eu não encaro os dois como coisas distintas, apenas como maneiras diferentes de expressar histórias interessantes e construir novos mundos bacanas e imaginativos. Particularmente nos dias de hoje, porque vídeo games estão se tornando mais literários em sua natureza, eles se transformaram em uma verdadeira mídia de storytelling como nunca antes. 

3. Em qual momento o editor resolveu se tornar autor e como você consegue equilibrar as duas funções durante o processo criativo de um novo livro, roteiro ou game? 
Eu nunca fui um editor, mas eu sou um jornalista que decidiu virar roteirista de cinema. Isso aconteceu por volta de 2001, quando eu sentia que minha carreira como jornalista de games já havia me levado o mais longe possível. Certamente minha familiaridade com vídeo games tem sido muito útil em minha segunda carreira como roteirista e autor, particularmente ao adaptar vídeo games em filmes e séries de TV, ou quando consultando o aspecto narrativo de novos games em desenvolvimento.

4. Como você criou a mitologia do seu primeiro livro, “Abominação”, e quais os critérios adotados para equilibrar história real e fantasia?
Eu era fascinado pela ideia de combinar história e fantasia. Em vez de inventar todo um mundo ficcional como a Terra Média ou Westeros, eu achei que seria divertido e interessante pegar uma época e um lugar real da história - a Idade das Trevas na Inglaterra medieval, durante a ocupação viking - e adicionar elementos fantásticos. Então a parte histórica se torna mais selvagem e louca, e a parte fantástica vira mais pé no chão pelos fundamentos históricos. 

5. Quando surgiu a ideia e vontade de narrar a história de “Abominação”?
Por muito tempo eu pensei em desenvolvê-lo como um roteiro, mas decidi que o pano de fundo histórico e os altos níveis de gore e violência tornariam difícil vendê-lo como um filme. Eu realmente desejava escrever a história que eu queria, sem ter que me preocupar com demandas comerciais do mercado de Hollywood. Então eu troquei para a ideia de escrevê-lo como um livro.

6. O livro possui momentos incríveis de luta, narrados de forma dinâmica, impactante, realista e de grande violência. Como você conseguiu equilibrar essas passagens no decorrer da história? 
O cenário histórico é realmente importante para estabelecer o mundo e os personagens, mas uma vez que a história começou a andar, eu percebi que eu não precisava me apoiar tanto nele. É, principalmente, uma história sobre os dois personagens principais e como eles confrontam seus próprios demônios.

7. A criação de um roteiro normalmente é feito dentro de uma equipe. Como você lida com o processo de escrita em grupo e um trabalho mais solitário como o processo de um romance? 
Eu realmente adorei trabalhar com um grupo colaborativo. Em Rogue One eu fui afortunado o bastante para trabalhar com alguns dos roteiristas mais talentosos do mundo na Lucasfilm e eu aprendi demais com eles. Mas filmes em algumas maneiras não são a melhor mídia para roteiristas porque eles são produto de muitas vozes criativas diferentes e a visão do roteirista para um projeto, mesmo que seja um projeto que ele criou, pode às vezes se apagar e se perder no meio do caminho. Ao escrever um livro eu pude enxergar como é contar uma história diretamente para o público sem depender de mais ninguém.

8. Temos a sensação de estar vendo um grande filme durante toda a leitura. Você já imaginou "Abominação" para o cinema? 
A ideia original era contar a história de Abominação como um filme, e agora que ela é um livro espero que tenhamos essa oportunidade, já que existe uma boa chance de que o livro seja adaptado para a telona. Fiquem ligados!

9. Gostaríamos muito de conhecer a sua biblioteca de terror e fantasia. Você poderia listar 10 livros mais importantes para você dentro desse universo? 
Entre meus livros favoritos estão O Guia do Mochileiro das Galáxias, O Nome do Vento, O Temor do Sábio, Matadouro 5, Wolf in White Van, Duna, A Guerra dos Tronos, Silo e The Blade Itself.

10. Um lista de 5 grandes jogos que fazem parte da sua formação como gamer. 
Eu tenho idade o suficiente para ter crescido com a primeira clássica geração de vídeo games, mas ao longo das décadas meus favoritos incluem Manic Miner, Paradroid, Mass Effect, Journey, Inside, Red Dead Redemption e praticamente todos os jogos do LEGO.

11. Você já trabalhou em grandes projetos como Star Wars - Rogue One, Book of Eli, The Walking Dead e o incrível documentário Atari: Game Over. Existe algum novo projeto em andamento ou algo que você adoraria desenvolver dentro do universo da cultura pop? 
No momento eu estou trabalhando com a 20th Century Fox na adaptação cinematográfica de David Petersen para Mouse Guard, que é uma das minhas séries de quadrinhos favoritas de todos os tempos. É um projeto dos sonhos para mim e espero que vocês tenham a oportunidade de vê-lo nos cinemas em breve!

12. Os leitores brasileiros estão muito empolgados com a edição do seu livro pela editora DarkSide® Books. Como você está recebendo essa nova família brasileira de fãs e leitores? 
Essa empolgação que existe no Brasil para a publicação do meu livro é tão incrível. A edição que a DarkSide montou, com as páginas salpicadas de sangue e a incrível arte de capa, é a versão mais incrível do livro que eu já vi. Eu mal posso esperar para saber a opinião dos leitores brasileiros depois que eles lerem o livro!

13. Você poderia deixar conselho para os leitores brasileiros que querem começar a escrever sua própria fantasia?
Apenas escrevam. Todos os dias. Tentem seguir o hábito de escrever e desenvolver suas próprias ideias. Não há substituto para dedicação e muita prática!



Curtiram? Ficaram empolgados pra ler o livro do autor? Deixem seus comentários! :)
Alec Costa

Sou viciado em cafeína, ouço cem vezes as mesmas músicas, sempre deixo queimar o pão de queijo e jogo a colher no lixo, ao invés do pote de iogurte. Ah, e sou sempre o primeiro a derramar refrigerante nas festas. twitter instagram youtube email spotify

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