Não, esse não é um post de corno. (Não é pq este post não é um post de corno que você não vai encontrar posts de corno por aqui. Procure e você vai achar.)
Tive a ideia de fazer esse post assim que terminei de gravar o último vídeo que saiu lá no canal. Quando fui comentar sobre Kafka a beira-mar, disse que tava gostando tanto da leitura que simplesmente abandonei. A simples ideia de terminar esse livro e não tem mais histórias sobre o Kafka pra ler não me soa nem um pouco convidativa, mas sim triste e solitária.
Durante este período de pandemia, eu mudei bastante. Minha personalidade, meus gostos, minhas vontades e, principalmente, meu jeito de pensar e consumir conteúdo. Quando a quarentena começou, eu era o louco das fantasias: Sanderson, Hobb, Jordan e todos os meus outros autores favoritos. Não é como se hoje em dia eu não gostasse ou lesse essas coisas, muito pelo contrário, mas acontece que ultimamente eu tenho estado muito mais interessado pelas coisas que me fazem olhar pra dentro e refletir; sobre quem eu sou, sobre minha vida, sobre relacionamentos, sobre o tempo. Qualquer coisa que me desperte uma emoção profunda, seja ela qual for, está me mantendo vivo nesse momento.
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Em Kafka à beira mar eu dei de cara com sentimentos que eu nunca tinha sentido antes. Me peguei admirando um jovem de 15 anos pelo simples fato d'ele correr atrás dos seus sonhos e agir de acordo com o que acredita. A forma como o Murakami escreve esse personagem, apesar de me incomodar as vezes, é muito boa e muito gostosa. Gosto demais da forma como esse personagem age e, acima de tudo, independe das outras pessoas.
Esse post veio pra levantar essa discussão: você já amou tanto um livro a ponto de abandoná-lo? Sei que muitos de vocês, justamente por estar amando, querem devorar o livro imediatamente, mas eu me sinto muito esquisito quando paro pra pensar que, quando eu terminar o Kafka, não vai existir mais nada sobre o meu Kafka pra eu poder ler.
É isso, rapeize. Esse era meu desabafo.